De 29 de abril a 4 de maio — O Retiro Escravidão e Liberdade no Brasil
Nossa jornada começou em Salvador, onde fomos recebidos no Convento Dom Amando, um espaço de acolhimento inspirado na simplicidade e na compaixão franciscana.
Visitamos a Escola Luiza Mahin, na comunidade de Santa Luzia — um espaço de transformação, cuidado e serviço comunitário, onde pudemos colaborar nas atividades locais.
Caminhamos pelo Pelourinho, carregando a consciência do que aquele lugar representa: beleza, resistência e, também, dor e memória. Participamos de uma missa na Igreja do Rosário dos Pretos, construída pelas mãos de pessoas negras escravizadas, como símbolo de fé, espiritualidade e força.
No Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu, na Senzala do Barro Preto, fomos recebidos em um encontro poderoso de diálogos ancestrais, partilhas e conexão com a história viva da resistência negra na Bahia.
Seguimos então para o Recôncavo Baiano, onde visitamos o Quilombo Kaonge, mergulhando na força da vida em comunidade, nos saberes tradicionais, nas práticas espirituais e na sabedoria que sustenta essa coletividade até os dias de hoje.
Pelas trilhas da Rota da Liberdade, testemunhamos os legados do período colonial e da resistência afrodescendente. No Convento de Santo Antônio do Paraguassu, realizamos cerimônias memoriais interreligiosas, incluindo os “Portais do Doce Néctar”, honrando todas as vidas marcadas por essa história.
E o que levamos disso tudo?
Levamos a confirmação de que este não é um caminho para entender, mas para sentir. Para olhar, escutar e nos deixar transformar.
O Retiro não é apenas sobre olhar o sofrimento. É também sobre encontrar nele a força da vida, da cultura, da resistência e da beleza que florescem, mesmo nas condições mais adversas."